01/02/2012

Comunidades do Iguape planejam novas ações

Foi realizada na sexta-feira (27/01/2012), reunião na comunidade do Kaonge, estando presentes membros desta, juntamente com integrantes do Marsol. A abertura da reunião foi feita com a apresentação de um breve filme, editado por uma das bolsistas do projeto, Daniele França, com imagens da região e da comunidade, feitas durante a realização de oficinas de mapeamento biorregional, no segundo semestre de 2011. Foram dois os objetivos do encontro: avaliar o trabalho anterior de mapeamento e conhecer quais são os novos projetos da comunidade. Quanto à atividade já concluída, Ananias, liderança local, disse não ter observado falhas, embora o tempo tenha sido um pouco corrido. Para ele, o trabalho foi muito importante e várias outras comunidades precisam também. Inclusive, três comunidades locais (Engenho da Cruz, Engenho Novo e Kalolé) já manifestaram a vontade de fazer mapeamentos.


Ananias contou que, em visita do INCRA para regularização da situação fundiária da região, só havia advogados e agrônomos, sem a presença de antropólogos para concluir o laudo técnico. E foi exatamente este o argumento usado por um fazendeiro para questionar e conseguir arquivar o processo. Hoje, após cerca de dois a três anos com o processo parado, o INCRA contratou uma empresa para fazer o estudo antropológico. Já houve uma primeira visita e os antropólogos não só gostaram, como irão utilizar os mapas elaborados nas oficinas. Ananias concluiu este primeiro ponto da reunião, reconhecendo as diversas outras utilidades que os mapas terão, como material didático na escola local, para editais, ou, até mesmo, para o turismo tanto na sua orientação seja como uma lembrança, caso o visitante queira comprar e levar para casa.
Em relação aos novos projetos, Ananias colocou que a comunidade entende como prioridade, dentre tantos outros, o de cultivo de ostras e sua regularização. Explicou que, por enquanto, a comunidade não quer formar cooperativa, porque não conseguiram, ainda, a independência, ou seja “fazer com que os ostreicultores andem com os próprios pés, com o próprio dinheiro, sem precisar dos outros”. O objetivo é capacitar o vendedor, para vender fora o cultivo, além de fazer um catálogo para ajudar nas vendas. A comunidade possui vários produtos, mas, no momento, apenas um deles está pronto para o mercado, o mel. Ananias ressaltou, por fim, que a comunidade não tem interesse em apresentar projetos de cultivo, sem manter a saúde e educação. 
A reunião foi encerrada com a apresentação de todos os presentes, deixando claro os objetivos e as perspectivas de cada um com o projeto que se inicia.
Texto: Sue Safira (bolsista de direito)

2 comentários:

Maurício Rebouças Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maurício Rebouças Rocha disse...

Fico muito feliz em saber que o mapeamento biorregional,como uma ferramenta de sustentabilidade, foi bem proveitoso pelas comunidades. Espero que sirva para muito mais coias, não só para a legitimidade das terras, acordos com o INCRA, mas para tantas e tantas outras pautas da verdadeira realidade das comunidades.

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