Produtores no Salão Nobre do Instituto de Biologia da UFBA |
O Programa MarSol articulou a vinda dos produtores Robson e Luciano Vitor da comunidade de Graciosa, além de Jailton e José de Taperoá. O programa vem dialogando há algum tempo com estas e outras 11 comunidades do Baixo Sul Baiano, e atua hoje através do Projeto Semeie Ostras (financiado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura) e da Atividade Curricular em Comunidade sobre Mapeamento Biorregional e Educação Popular Ambiental (disciplina multidisciplinar da UFBA).
José, Robson, Luciano e Jailton (só o chapéu) |
Alguns problemas são compartilhados entre as duas comunidades. Conflitos com as embarcações, principalmente as que transportam turistas, que derramam óleo diesel e desrespeitam pescadores e marisqueiras durante seu trabalho, além de causar danos ao mangue. As pequenas e médias indústrias de derivados do dendê também contribuem para a poluição do solo, do rio e do mangue, relações de trabalho cuja base principal é a exploração, diferente de processos tradicionais de produção chamado "rodão".
Em Graciosa há uma criação de porcos instalada em cima dos mangues, causando diversos conflitos entre a comunidade. Sobre Taperoá os produtores pontuaram a vinda de pescadores de outras comunidades, que mantém relações predatórias com o ambiente, muitas vezes por falta de conhecimento. Além da existência de um depósito de lixo de forma indevida na zona rural da cidade, próximo a uma comunidade de agricultores.
Os produtores de Graciosa ressaltaram sua identidade quilombola, a boa convivência entre a religião Evangélica e o Candomblé, ambas lideradas por mulheres. Sobre estas foi falada da sua dupla jornada de trabalho, o que impede sua participação nestes espaços. Outra questão que necessita de avanços.
Estudantes assistindo a aula no Salão Nobre do Instituto de Biologia |
A aula terminou com um clima de troca pois os produtores solicitaram aos /as estudantes que manifestassem suas opniões e espectativas. Todos/as se mostraram abertos a aprender e ensinar em um processo de construção coletiva de saberes e transformações nestas comunidades, privilegiando o protagonismo das comunidades. O próximo passo é ir a campo e realizar as oficinas.
Texto: Maria Naiara (monitora) Fotos: Miguel Accioly
1 comentários:
Essa foi uma atividade de singular importância para o nosso crescimento em conjunto com a comunidade. Obrigada a todos!
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