Por Maurício Rebouças - Bolsista Proext/Mec
Dentre os referenciais teóricos explorados
na formação do Programa Marsol, evento conhecido como Ilha 2, a discussão a respeito da
extensão foi um dos pilares dentro do evento. Depois de discussão dentro de pequenos grupos foi montado um mural, e assim foi aberto espaço
para novas discussões envolvendo toda a equipe. O produto das discussões dos grupos foi um painel que trouxe várias expressões ou palavras para a exposição e consequente discussão, mas que principalmente essas expressões norteiam os trabalhos dos componentes do Programa Marsol, e que assim, podem atuar como verdadeiros extensionistas.
Falou-se muito sobre a “prestação de
serviço” tanto em razão do significado semântico da palavra “extensão”
(estender-se a), quanto no papel que esta assumiu ao nascer nas universidades
europeias, como uma forma de aproximar a Universidade da sociedade, mas de
forma assistencialista, assumindo o papel de políticas governamentais. Ao
assumir uma responsabilidade social quando se “rompe os muros” entre a
universidade e a sociedade, tanto de dentro para fora quanto de fora para
dentro, a extensão deixa de ser assistencialista e se entrega numa via de mão
dupla, que é dialética, interdisciplinar, formando um espaço rico em
aprendizado, por exaltar a troca de saberes. Dessa forma a extensão traz um
cenário de “ato emancipatório” em que o conhecimento gerado pela troca pensa
nas consequências de seus atos, que a relação sujeito objeto é substituída pela
reciprocidade entre os sujeitos e onde a solidariedade e a participação estão
presentes.
O tripé ensino-pesquisa-extensão foi um
termo corriqueiro nas discussões no que tange o papel da universidade
e a indissociabilidade criando um cenário de horizontalidade. Mas ao menos na
prática, não há garantia da indissociabilidade ou há camuflagem desta numa universidade
em que a valorização do ensino e da pesquisa é intimamente associada a produção
de conhecimento pela elite e para a elite, dando pouca ou quase nenhuma
estrutura para os Projetos ou Programas de extensão. Ou ainda há
desresponsabilização do ensino e da pesquisa no que tange o seu “papel social”,
depositando essa função única e exclusivamente a extensão.
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